Qual é seu método?

“Ah, você dá aula de inglês? Sempre queria aprender. Qual é seu método?”
Incrível o número de pessoas que me faz essa pergunta, como se eles soubessem algo a respeito.
“Qual o seu método?” Como se o método ensinasse, e não o professor e seus anos de experiência.
Como se tivesse métodos melhores.
Como se método pudesse substituir pelo esforço e trabalho da parte do aluno.
Fulano não aprendeu nada em 3 anos? Ah, não pode ser porque fulano nunca fazia os deveres, só frequentava aula de vez em quando, vinha à aula despreparado, odiava toda essa besteira de gramática.
É que o método estava errado.
Pior, fulano é dedicado mas o professor, inexperiente, escravo a método, é inflexível, não leva em consideração as habilidades e circunstâncias diferentes dos seus alunos, insiste em todos aprenderem do mesmo jeito.
“Qual o seu método?”
Quer ouvir nomes de escolas, nomes comerciais popularizados em propagandas enganosas.
“O meu método ensina inglês três vezes mais rápido!” “O meu método leva você a fluência em 12 meses!”
“É o método cientificamente comprovado a ensinar inglês com menos desconforto e mais eficiência em menos tempo!”
Você paga seus 10 mil reais por ano, assiste todas as aulas, faz todos os deveres com diligência, e após 2 anos está no mesmo nível de quem faz com outro professor usando outro método.
“Você sai falando inglês desde a primeira aula!”
Pois é. Contar de um a 20 e saber como cumprimentar qualifica, tecnicamente, como falar inglês, mas acho que expressar-se em inglês e não apenas repetir frases é o objetivo do aluno.
“Qual o seu método?
Ninguém quer ouvir o seguinte:
Grammar Translation
Direct
Audio-lingualism
Humanistic
Communicative
Principled Eclecticism
Uma vez um senhor me perguntou das minhas aulas, queria saber do método que uso. Depois de explicar tudo que faço me falou: “Ó, não quero saber nada do verbo to be. Já é fora de moda. Ninguém ensina mais. Também não quero nada de gramática nem preciso aprender ler e escrever. Só quero aprender falar.”
Ele decidiu estudar com outra pessoa, pagou seus sei lá quantos mil reais, e com certeza hoje consegue dizer What’s your name? com toda a perfeição de quem não tem noção do que sai da boca dele. E olha lá se lhe fizer a mesma pergunta, vai responder que estudou “inglês britânico” e não entende esse inglês corrupto “cheio de gíria” dos americanos.
Em outras palavras, continua sendo um burro total.
Estudar inglês não é fácil (realmente, inglês não é fácil!) e não é barato (nem deveria ser). Mas é uma das escolhas mais importantes da sua vida. Inglês abre portas.
Exige dedicação e esforço.
Vale a pena estudar com quem sabe a língua e sabe ensinar.
Está disposto a estudar?

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